POLÍTICA ECONÔMICA, INSTITUIÇÕES E CLASSES SOCIAIS: OS GOVERNOS DO PARTIDO DOS TRABALHADORES NO BRASIL

Autores

  • Glaison Augusto Guerrero Universidade Federal do Rio Grande do Sul http://orcid.org/0000-0002-4802-973X
  • Pedro Cezar Dutra Fonseca Universidade Federal do Rio Grande do SulDepartamento de Economia e Relações Internacionais
  • Marcelo Arend Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de Economia e Relações Internacionais

Resumo

A partir de uma perspectiva da Economia Política, o artigo analisa os governos de Lula e Dilma Rousseff, enfocando o relacionamento entre a política macroeconômica e seus condicionantes políticos, econômicos e sociais. Mostra que tais governos executaram com relativo êxito um projeto de redistribuição de renda, porém, ao contrário de parte da literatura, defende que os mesmos não podem ser caracterizados, a rigor, nem como neoliberais ou, tampouco, como desenvolvimentistas. Defende, ainda, a hipótese de que a "nova matriz macroeconômica" do governo Rousseff representou mais do que mera alteração na política econômica: constituiu-se em ponto de inflexão nos governos petistas, pois significou o desfazimento de um pacto de coalizão de classes firmado por Lula com segmentos empresariais, o qual os respaldava desde a "Carta ao Povo Brasileiro" (2002). A partir de 2008, a crise econômica internacional, o processo de desindustrialização em marcha e um conjunto de condições permissivas evidenciaram os limites da coalizão em vigor, dificultando a continuidade do projeto redistributivo.

Biografia do Autor

  • Glaison Augusto Guerrero, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    Professor Adjunto do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Pedro Cezar Dutra Fonseca, Universidade Federal do Rio Grande do SulDepartamento de Economia e Relações Internacionais

    Bacharel e Mestre em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Doutor em Economia pela Universidade de São Paulo - USP. Pesquisador do CNPq desde 1987. Professor Titular do Departamento de Ciências Econômicas e Relações Internacionais da UFRGS, onde foi Coordenador do Pós-Graduação em Economia, Chefe do Departamento, Diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, Presidente da Câmara de Pesquisa, Pró-Reitor de Pesquisa e Vice-Reitor. Foi Coordenador da Área de Economia da CAPES, Diretor-Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (1997-2000) e Presidente da Sociedade Brasileira de Economia Política (2002-2004). Atua como profissional e pesquisador na área de Economia, com ênfase em Economia Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: Desenvolvimento Econômico, Formação Econômica do Brasil no século XX e História do Pensamento Econômico. Foi contemplado com Menção Honrosa no Prêmio Haralambos Simeonidis/ANPEC (1987) e o segundo lugar no "V Prêmio BNDES de Economia" (1981). Recebeu da FAPERGS o "Prêmio Pesquisador Gaúcho 2011" na área de Economia e Administração. Coordenou a Rede Brasileira de Ensino de Desenvolvimento Econômico. Foi membro do Comitê de Economia do CNPq (2011-2017) e Diretor do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É membro da Diretoria do Centro Internacional Celso Furtado.

Publicado

2022-04-01