Adensamento produtivo e esgarçamento do tecido industrial brasileiro

Autores/as

  • Paulo César Morceiro Doutor em Economia pela FEA-USP. Pesquisador associado ao Nereus-USP. Pesquisador da FIPE. Pesquisador-colaborador do GEEIN/Unesp-Araraquara
  • Joaquim José Martins Guilhoto Economista da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e professor da USP. O conteúdo desta publicação expressa a visão deste autor e não necessariamente representa a visão da OCDE ou dos seus países membros.

Resumen

A industrialização brasileira por substituição de importações proporcionou níveis elevados de adensamento produtivo, contudo, esses níveis reduziram-se após a abertura comercial. Porém, os estudos existentes utilizaram desagregação setorial que não permite identificar nichos produtivos adensados ou esgarçados dentre dos setores manufatureiros. Este trabalho mapeou e analisou, pela primeira vez para o Brasil, o grau de adensamento produtivo de todas as 258 classes industriais a partir de dados inéditos obtidos do IBGE. Assim, o estudo identificou os nichos mais e menos adensados, possíveis alvos das políticas públicas. Resultados relevam que as classes de baixa e média-baixa tecnologia continuam predominantemente adensadas, porém, metade das classes industriais de alta e média-alta tecnologia possui esgarçamento produtivo moderado a elevado, sendo algumas classes tecnológicas já maquiladoras. Conclui-se que o esgarçamento das classes industriais mais tecnológicas pode retardar o desenvolvimento brasileiro, sobretudo quanto à Ciência, Tecnologia e Inovação.

Publicado

2022-04-01