As Indústrias e comércios pioneiros de “roupas feitas” no Brasil
século XIX e primeiras décadas do século XX
Resumo
A história da indústria de “roupa feita” no Brasil segue carente de pesquisas mais aprofundadas, visto que pesquisadores de história econômica têm se voltado, majoritariamente, para a indústria de fiação e tecelagem. Além disso, são escassas fontes que permitam esclarecer datas, características e regiões de relevância dos empreendimentos fabris do setor, especialmente em sua fase pioneira. As disponíveis indicam que peças de vestuário passaram a ser fabricadas de forma seriada no Brasil por manufaturas artesanais (protoindústrias) já desde a primeira metade do século XIX, ainda que restritas a roupas de trabalho, no caso, voltadas a escravos; além de uniformes, roupas brancas (ou íntimas) e vestuários masculino – peças com modelagens mais simplificadas. Constata-se, ainda, que nosso mercado de vestuário e acessórios, assim como o de tecidos, foi expressivamente abastecido por produtos estrangeiros até meados do século XX. A fabricação de roupas de forma industrial ganhou maior impulso, entre nós, a partir da virada do século XIX para o XX, alcançando expressão depois da primeira Grande Guerra, geralmente baseada em cópias de peças estrangeiras, caso de roupas voltadas às camadas alta e média, que almejavam se trajar à maneira europeia. A fabricação mecanizada barateou, gradualmente, o custo final das roupas, ao longo do século XX, criando no consumidor a sensação de uma “democratização” do vestuário que, todavia, permaneceu diferenciado de acordo com a camada social pela qualidade dos materiais utilizados, estética e marca (ou grife) afixada à peça; neste caso, pelo valor simbólico da moda.
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