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Chamada para artigos
CALL FOR PAPERS
Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea
A revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea está recebendo artigos e resenhas em fluxo contínuo para a edição de 2025. Publicada pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília, a revista tem o compromisso de fomentar o debate crítico sobre a literatura contemporânea produzida no Brasil, em suas diferentes manifestações, a partir dos mais diversos enfoques teóricos e metodológicos, com abertura para o diálogo com outras literaturas, em especial da América Latina.
Tema Livre
A revista conta também com uma seção de tema livre, onde são publicados artigos de diversas abordagens sobre a literatura brasileira contemporânea e são recebidos na modalidade FLUXO CONTÍNUO. Há ainda espaço para resenhas de obras de ficção, poesia, crítica literária e teoria literária publicadas nos últimos 24 meses.
Os artigos e resenhas do dossiê e de tema livre devem ser submetidos SOMENTE por meio plataforma da revista no SCIELO: https://www.scielo.br/j/elbc/.
Qualquer dúvida pode ser esclarecida por meio do endereço eletrônico revistaestudos@gmail.com.
[NOVO DOSSIÊ]
3. Dossiê
Intertextualidade e produção literária atual
Organizador@s: Fernanda Barini Camargo (University College Cork) e Carlos Garrido Castellano (University College Cork).
Os estudos literários já exploram de maneira robusta abordagens interextextuais. A intertextualidade (Allen, 2000) tem sido fundamental no desenvolvimento de debates no âmbito da crítica e análise literárias, adquirindo contornos e especificidades que complementam o trabalho fundacional de autor@s como Mikhail Bakhtin e Julia Kristeva. A intertextualidade tem sido problematizada e desenvolvida no contexto dos feminismos, dos estudos pós/decoloniais, apontando para falhas na consideração do meio literário enquanto espaço autônomo.
No entanto, é urgente continuar a analisar os entrecruzamentos que ligam o texto à realidade cada vez mais interligada e expandida dos nossos dias. Um possível ponto de partida para refletir sobre o assunto é o que Timothy Morton (2013) chama de hiper-objetos. Para Morton, cada vez mais coisas apontam para realidades que são “massivamente distribuídas no tempo e no espaço relativamente aos humanos. (nossa tradução)”. Um exemplo disso seria o plástico, que é mais do que um material e aparece hoje em dia enquanto meio que, através do despojo e da expansão do comércio e do consumo globais, pode ser encontrado em escalas macro e micro na nossa realidade, inclusive no nosso corpo e no corpo dos demais seres. Outro exemplo poderia ser a atmosfera, cada vez mais influenciada pela produção humana/tecnológica, já não composta de elementos “naturais”, senão profundamente alterada. Morton defende que “o local” e o singular devem ser repensados, tendo em consideração o peso dos hiper-objetos na configuração da realidade atual.
A ideia de Morton resulta de interesse, se bem já existiam fortes críticas (no âmbito dos feminismos, por exemplo) à centralidade do sujeito autônomo e ao privilégio da espécie humana enquanto agente principal de mudança. Aliás, o conceito de hiper-objeto pode ser problematizado de múltiplas maneiras: em primeiro lugar, ignora o fato dos saberes/práticas indígenas já terem alertado para a unidade essencial de seres (humanos) e “coisas”; justifica a proliferação de hiper-objetos da mão da expansão do capitalismo, sem salientar suficientemente o papel que o colonialismo desenvolveu no mesmo processo; reduz a multiplicidade de cosmovisões e de maneiras de estar no mundo a uma espécie humana coesa. Ao mesmo tempo, contudo, os hiper-objetos apontam para uma viscosidade que, se bem já existia no passado, estaria hoje em dia a produzir uma maior proximidade entre seres, ideias, objetos e “coisas.”
Nesse sentido, este dossiê adota a discussão anterior como ponto de partida para uma revisão do papel da intertextualidade no contexto atual, sem concordar com todos os pressupostos oferecidos por Morton. Pensamos que a criatividade literária brasileira antecipa e oferece um excelente ponto de partida para examinar criticamente os limites e as possibilidades da intertextualidade em relação aos debates anteriormente mencionados. Assim, consideramos intertextuais as relações não apenas entre textos literários, mas também aquelas que contemplam outros meios tais como a publicidade, o cinema, a fotografia, a pintura, artigos de jornal, entre outros. Mais ainda, pensamos que a literatura brasileira das últimas décadas tem antecipado a “confusão” que Morton define no seu livro, apontando para o caráter inerentemente misturado e múltiplo da realidade, incluindo a da produção literária.
Reconhecendo a rica diversidade de temas e intersecções contemplados pela literatura brasileira contemporânea, aceitamos ensaios que abordem essa problemática através da análise das seguintes questões:
-Intertextualidade e feminismos
-Intertextualidade e estudos decoloniais
-Relações interartes
-Intertextualidade e ecologia
-Intertextualidade e estudos interseccionais
Referências
ALLEN, Graham (2000) Intertextuality. Londres e Nova Iorque: Routledge.
MORTON, Timothy (2013) Hyperobjects: Philosophy and Ecology after the End of the World. Minneapolis: University of Minnesota Press.
O prazo final para o envio de artigos e resenhas para o dossiê é 31 de abril de 2026.
Os artigos e resenhas do dossiê e de tema livre devem ser submetidos SOMENTE por meio plataforma da revista no SCIELO: https://www.scielo.br/j/elbc/.
1. Dossiê [NOVO PRAZO]
Poesia brasileira: cenário crítico, trânsitos, silêncios
Organizadores: Gabriel Arcanjo Santos de Albuquerque (UFAM) e Maria de Fátima Nascimento (UFPA)
Talvez por desprestígio comprovado pela narrativa como expressão literária preferencial para o mercado de livros, talvez pela rarefação da experiência poética como uma fatura ou ainda pelo silêncio em torno de uma produção que pouco circula seja nos meios especializados, seja na vida pública, a recente poesia brasileira é motivo de reflexão por parte da crítica. Alguns produtos desta reflexão apontam para o afastamento da herança modernista, para a busca por uma confluência entre lírica e prosa, para a frivolidade do apego à tradição como também para a independência na produção de poesia feita por indivíduos e grupos que produzem e publicam nas circunstâncias que lhe são possíveis (nas redes sociais, por meio de coletivos de criação literária, em comunidades periféricas) sem maior adesão à publicação por meio de editoras reconhecidas. Nesse conjunto dispersivo, resta no ar um questionamento: o que há de originalidade e desafio na poesia brasileira contemporânea?
Se por um lado há uma crise da poesia e do poético pela convergência com a prosa, como também há certa expressão poética cuja adesão à tradição parece se dar de maneira frívola, ocorre simultaneamente a produção de poesia em diferentes pontos do Brasil sem que isto passe pelo crivo da crítica especializada. Essa produção plural, diversa e ampla nem sempre se torna visível, mas cumpre um papel humanizador e civilizador na medida em que dá voz a indivíduos em lugares dos quais não se suspeitaria haver produção literária consistente e, a contrapelo do que se acredita, essa produção existe por meio dos movimentos de autopublicação, do fomento editorial independente, do discurso poético como performance e da atitude de algumas poucas editoras que se colocam como medium para novos autores e autoras. Decorre daí a necessidade de mapear e avaliar essa produção que ocorre à revelia dos centros de produção cultural.
As distinções geográficas pedem reflexão porque o silêncio em torno da produção literária e poética sem apelo comercial tem nuanças bem curiosas uma vez que não estamos mais lidando com a literariedade, mas com diferentes vozes que afloram em diferentes pontos do Brasil. As possibilidades de explorar uma geografia da poesia e da poética no Brasil seguem em várias direções, sendo produto da vivência urbana, de sua presença nos espaços públicos (ruas, teatros, centros culturais, bibliotecas comunitárias) como manifestação performática ou, para além de sua realização performática, como obra impressa, dando visibilidade a autores e autoras cuja produção não está na mirada crítica das mídias e na previsão de ganhos por parte mercado editorial.
Feitas estas considerações, o dossiê se propõe a acolher artigos cujo escopo aponte para:
1) a reflexão sobre o trânsito que a poesia faz para a prosa, valendo-se dos elementos discursivos desta última;
2) avanços e recuos no diálogo entre a recente poesia brasileira e as tradições poéticas modernas;
3) o caráter experimental da poesia em sua confluência com a performance (teatral, de rua, comunitária etc);
4) a poesia impressa a partir de experiências editoriais (independentes ou não) tendo por fim dar visibilidade a novos autores e novas autoras, ampliando o campo geográfico da recente produção poética brasileira;
5) o lugar da recente produção poética brasileira como expressão de resistência e humanização.
Referências
SISCAR, Marcos. “Figuras de prosa: a ideia da ‘prosa’ como questão de poesia”. In: Susana SCRAMIM; Marcos SISCAR; Alberto PUCHEU. (Org.). O duplo estado da poesia: modernidade e contemporaneidade. 1ed. São Paulo: Iluminuras, 2015, v. 1, p. 29-40.
SIMON, Iumna Maria. “A retradicionalização frívola – o caso da poesia”. Cerrados - Revista do Programa de Pós-Graduação em Literatura- N. 39 - 2015 - Crítica Estética Marxista.
`[NOVO PRAZO] O prazo final para o envio de artigos e resenhas para o dossiê é 30 de AGOSTO de 2025.
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2. Dossiê [NOVO PRAZO]
Biografias literárias contemporâneas
Organizadores: Antonio Marcos Pereira (UFBA - Brazil), Judith Podlubne (UNR - Argentina) e Patrício Fontana (UBA - Argentina)
Marcada por sua condição híbrida, construída entre o arquivo, o documento, a cronologia, e as formas narrativas e estruturas ficcionais que adapta e das quais se apropria, a biografia se instala no panorama de gêneros literários contemporâneos como um espaço privilegiado para a observação do entrecruzamento de discursos e saberes conducentes a novos exames a respeito dos vínculos entre memória, história e experiência na construção da literatura. O presente dossiê busca explorar as múltiplas dimensões da biografia literária produzida no século XXI na América Latina, enfatizando as particularidades das poéticas que, ao inovar e provocar a forma tradicional do gênero, representam problematizações da epistemologia subjacente à transação entre o factual e o inventivo no projeto de narrar uma vida.
Solicitamos artigos e ensaios de pesquisadores brasileiros e estrangeiros que invistam no estudo de biografias literárias que, acontecendo no século XXI, façam emergir discussões ligadas aos seguintes tópicos:
- Poéticas da biografia literária contemporânea
- Biografia literária e campo literário
- Biografia e crítica literária
- Perfis e biografias literárias
- Biografias e ensaios biográficos
- Biografias e bioficções
- Formas inovadoras na biografia literária
`[NOVO PRAZO] O prazo final para o envio de artigos e resenhas para o dossiê é 30 de AGOSTO de 2025.
Os artigos e resenhas do dossiê e de tema livre devem ser submetidos SOMENTE por meio plataforma da revista no SCIELO: https://www.scielo.br/j/elbc/.
Normas para publicação
Os artigos devem ser encaminhados em arquivo formato DOC ou RTF, em Times New Roman, fonte 12, espaço 1,5. As informações bibliográficas devem ser dadas, de modo reduzido (nome do autor, título do livro e número da página), em notas de rodapé. A bibliografia completa deve constar no final do texto, obedecendo às normas da ABNT.
É necessário incluir um resumo, um abstract, três ou quatro palavras-chave e algumas linhas com os dados do autor, incluindo um e-mail que possa ser divulgado e o endereço postal para onde deverão ser encaminhados três exemplares da revista, caso o texto venha a ser publicado.
As resenhas, sobre literatura ou textos teóricos, não devem exceder cinco páginas. Não há número fixo de páginas para os artigos.
Os trabalhos serão encaminhados a pareceristas, mantido o anonimato mútuo.
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