Reflexões sobre a inserção da Política de Autoavaliação na Pós-Graduação brasileira
o olhar de especialistas
DOI:
https://doi.org/10.1590/1982-57652024v29id266729Palavras-chave:
Avaliação formativa, Avaliação Educacional, Política de Autoavaliação, Sistema de Avaliação da Pós-Graduação brasileira, Políticas PúblicasResumo
As recentes transformações no modelo de avaliação empregado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) presumem, entre outros sentidos, a ponderação sobre a necessidade de novas formas avaliativas que contemplem um envolvimento mais ativo da comunidade acadêmica. Desse modo, a partir de 2018, a Autoavaliação passou a compor a estrutura fundamental dentro desse modelo. Nessa seara, este artigo objetiva compreender a inserção da Política de Autoavaliação no Sistema de Avaliação da CAPES, refletindo acerca das possíveis interlocuções e significados que emergem nesse cenário. Trata-se de um artigo teórico-empírico, de abordagem qualitativa, que recorre à pesquisa documental e entrevistas com especialistas que atuaram no Grupo de Trabalho (GT) de Autoavaliação da CAPES. Os resultados possibilitam apreender sobre antecedentes, aspectos conceituais e motivacionais da implantação dessa prática, bem como depreender outras possíveis articulações, como aprendizagem e inovação e elementos que configuram um contexto emergente. A pesquisa promove contribuições, ainda que introdutórias, para as discussões sobre essa prática no contexto da pós-graduação brasileira, constatando um campo fértil para estimular outras pesquisas.
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